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14 de dezembro de 2020

A pandemia que assusta o mundo neste ano causou preocupação devido a insuficiência respiratória que causa, mas também vem chamando a atenção devido a alterações nos rins dos pacientes acometidos.

 

A infecção por COVID-19 é dividida em assintomática ou com sintomas leves (81%), grave (acometimento pulmonar > 50% e necessidade de suplementação de oxigênio - 14% dos casos) e crítica (acometimento de outros órgãos além do pulmão - 5% dos casos).

 

Quando há alguma perda da função renal, em sua esmagadora maioria, acomete os pacientes internados, geralmente em UTI respirando por aparelhos, com o coronavírus crítico.

 

Alguns casos de lesão renal aguda em pacientes com COVID costumam ser mais precoces e estão relacionada à inflamação direta do próprio vírus ao órgão (além do pulmão), já configurando como uma doença crítica. Mas, mesmo quando a doença em si não agride o rim, outros fatores relacionados à internação e complicações do COVID podem lesar o rim.

 

A inflamação generalizada provocada pela COVID, manifestada principalmente por febre alta, é um importante causador de desidratação, que ainda pode ser agravada pela baixa ingesta hídrica por falta de apetite e náuseas. Essa falta de água pode levar a uma importante insuficiência da função renal. A inflamação em questão também pode acarretar em alterações hemodinâmicas no corpo, com dilatação dos vasos sanguíneos e queda da pressão arterial levando a um menor fluxo de sangue para o rim, fator que também contribui para sua lesão.

 

As infecções bacterianas ou por fungos como pneumonias associadas (que se aproveitam de um pulmão já inflamado) ou infecções de urina e sangue geralmente adquiridas na internação prolongada são outros fatores de lesão do rim por septicemia bem como o uso de alguns antibióticos para tratá-las que podem ser tóxicos ao órgão.

 

O uso de medicações sem prescrição médica, principalmente antinflamatórios, são ainda fatores primordiais para piorar a função renal. Destes, não podemos esquecer da cloroquina nos pacientes com disfunção renal ou predisposição a piora renal. Ela é excretada pelo rim e seu mau funcionamento leva a maior concentração da medicação e maior risco de arritmias.

 

Em caso de dúvidas, procure um nefrologista!